... bourbons... alcatrões... e pensamentos intoxicados...

22 de junho de 2010

Anarquia Quae Sera Tamen

A origem de todas as pequenas lembranças está na forma como vou de um pólo a outro sem calúnias e difamações, que possam gerar processos em tribunais de jovens atores para deixar vestígios de uma conduta grotesca. Não dá para ordenar nada suplicando algo, como uma falange que anuncia perdas no campo de batalha sem o uso adequado da tropa. Visto que isso não é uma variante, partamos então para a minha pedida favorita nesta hora de poucas amabilidades entre nós: anarquia!

Aqui ao meu lado são formas e fôrmas, e seus conteúdos fomentam o paraíso de antigos cantos, que no passado louvavam Deuses de fertilidade. Vazias ou cheias, não representam nosso estado de hibernação diante da pouca coincidência dos dias de tempestade, à beira da nossa pequena casa encolhida no rochedo.

Saltitamos para aquele momento em que nada mais vai ser Revolução Industrial. Vai ser Revolução Francesa sim! Mas sem Napoleão Bonaparte e seus profetas, sem os arautos da esperança nas ruas ainda sujas pela perspectiva de trovadores das sangrentas batalhas das ruas e vielas com seus bonés vermelhos. C’est la vie mon amour. Mudanças sem peritos, sem estatísticas e sem óculos, Agora tudo está tão sem direção e sem indução, que não deixa alternativa aos mercadores de Veneza senão baixar o preço de nossos pequenos objetos de família no balcão dos desesperados.

A visão do mais oportunista vai despertar alentos de aromas fétidos no mais soberano dos poetas da revolta. Neste momento então, vais perceber que casacos pendurados em um único ombro não condicionam o demasiado calor daqueles que porventura não cobrem com dignidade, principalmente para seus planos de amedrontar pilares de paranóicos homens de mesa das velhas tavernas.

Saboreei muito bem o tempero que sua maravilhosa engenhosidade proporcionou na nossa quase falida fase de oportunidades. Isto é como aparecer no plenário para ter uma visão acerca de cenas antigas de um monumento já cansado e póstumo, prostrado no centro do salão de jogos, que não traz mais luminosidade ao recinto como outrora.

A minha respiração agora é ofegante, só para climatizar um vento que não proporciona frescor de sonoridades marcantes. Palidez é o branco do seu chapéu de pano, camuflado por misturas de fina e excludente temperança na sozinha sinalização de murmúrios por baixo da aba dobrada. Mesmo misturada a vozes que se perdem na multidão de grandes pensamentos combinados a pequenas atitudes de origamis mal feitos.

Aquele foi o gesto mais digno para oficializar o momento de preces jogadas ao infinito: levante, já! Fumaça é a oportunidade para misturar nossa podridão ao relacionar vivências com pendências, Mas quando tudo estava ficando cadente na marcha, algo veio para alegrar-me por oportuno, conforme já havia sido alertado pelo patriarca das duas torres anteriormente, através de zumbidos, e que agora reside na farmácia de geladeiras empilhadas por vidros transparentes. Foi aquela velha amiga minha quem avisou-me que é pelas mãos que o principal sentido de pretensão pode ser avaliado com textura de afeto.

E no fim é o seguinte: anarquia! Pois não temos mais tempo para construções nesta guerra de pontos e fobias. Reinará para nós um comando de desgoverno, reunidos em assembléias de vagabundos da esbornia paroquia em dias de santos. Chegaremos ao fim do percurso com o pernoitar de uma insônia cambaleante no marasmo dos dias. Logo eu, que estive à frente de uma profissional legião de bravos combatentes na travessia por despenhadeiros de deformidades dos néscios. Agora, queremos ausência de coerção, não ausência de ordem; Queremos ausência de força, não ausência de equilíbrio; Queremos ausência de discurso, não ausência de conceitos; Queremos ausência de política, não ausência de luta. Enfim, queremos ausência método, não ausência de paixão.

Entrincheirados em pequenos esconderijos para melhor preparar os próximos passos de uma revanche, que era ofuscada seguidamente por uma condescendência abusiva ao menor valor. É chegada a hora: preparo então o meio de ação mais conveniente e volto à confirmar as expectativas, baseadas na obra prima de meu inimigo, com a destreza de esgrimistas da Grécia Antiga. Quando então, o saibro já está pronto para desfechar o golpe final, lembro-me que o trágico fim será sempre uma anarquia interior para condensar um bem exterior. Desta vez, portanto, usei de sofisma para apreciar o universo com a calamidade necessária às melhores masmorras. Anarquia Quae Sera Tamen vai chegar em breve, para mim e para você!